As estações da alma.
A alma voa, deixando por onde passa... os seus rastros em forma de poesia.
Textos




 

E s c o m b r o s




 
A noite bem cansada das longas madrugadas,
pergunta ao dia:
_Onde está você,
não se alongue de mim, porque cedo se foi?
Porque não vem me socorrer com a tua luz,
porque você já não traz para os meus olhos cegos de sua beleza,
a suave claridade?
Já não me recordo, se foi numa chuva, ao pingo do meio dia,
que o meu céu escureceu.
As minha lágrimas confundiram-se naquela rua larga de duas vias
alagadas, na sua cidade...
Em que se soltaram num para sempre, as nossas mãos,
à minha frente um abismo você mostrou, afogando num
pranto sem fim a única escada quebrada que me restou.
Ao final da rua, inacreditável, que horror!
Uma ponte quebrada de muito longe, você me apontou,
estarrecida, desencantada, fiquei, recordo foi tanta dor,
tanto lamento, você não quis saber do meu sofrimento.
Dali para a frente meu coração nunca mais se consertou.
Você com o seu toque de crueldade,
simples assim se voltou para o seu mundo fechado, me esqueceu.
Eu tive que me refazer, e como me refiz,
hoje não sei quem você é, pouco importa se vive triste ou feliz.
_ A noite então percebeu que viajou nos pensamentos,
adentrou escombros, segredos que não devia.
Voltou ao ponto de partida do monólogo;
Pergunta em meio ao silêncio, com medo da própria escuridão;
_ Dia? Onde está, afogaram você, dia.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 18/06/2017
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