As estações da alma.
A alma voa, deixando por onde passa... os seus rastros em forma de poesia.
Textos
                    




                               Amor antigo


Se não lhe tirar o sono, se não desaquietar, por mais que pareça ser, não é amor, porque amar alguém com toda intensidade, não é algo que você consiga arrancar de si, assim num passe de mágica, amar é um sentimento que não se desmancha com a ausência, com a indiferença e muito menos com o passar do tempo.

Quem ama, carrega o seu amor no brilho do olhar,  na doçura daquela inconfundível alma, percebe em cada riso e voz, tudo o que aquele amor causou e causa. Se não caminha assim, não é amor. E amar faz a gente viajar à janela do trem, ouvindo o seu apito como se este despertasse o seu sonho mais escondido e nas paisagens é somente ele que você consegue ver pelo menos em sua imaginação.

À sua escrivaninha o único sentido é o seu nome nas entrelinhas, quando a estrada tem muitas curvas com ele você se preocupa só de imaginar que perigo é a vida e por ele ora. Se amar lhe parecer um castigo e ao perceber a chuva você corre para se abrigar, ou se esconder, não é amor, amor é chorar de saudade se molhando na chuva, até as suas lágrimas se misturarem ao inverno, sem ter quem as venha secar. Amar é inferno, é insônia e também desconforto, quem ama não procura dormir ao primeiro abrigo. Quem ama, não se preocupa com o que os outros dizem, não liga o mundo ao seu redor porque quem ama nunca está só.

Não ama quem, quando a sua alma distraída, se apaixona pelo primeiro aventureiro que o seu caminho cruzar. Nunca terá amado, quem só porque perdeu o seu amor, só porque foi rejeitado deixa de amar, porque amar é algo ímpar, é a marca da paixão contradizendo o vento que sopra diferente, mas não lhe troca de lugar, amar é a flor mais linda despetalada no caminho de sua vida, você só quer um lugar para descansar, para nele por horas pensar,
e nada mais se deseja, segue-se uma vida inteira sofrendo à falta daquele carinho que lhe foi negado. Quisera eu, não fosse amor, quisera que
o fardo me fosse leve, e que em cada esquina eu encontrasse um novo desejo, mas não, é amor sim, daquele jeito antigo de amar, amor que gruda na alma da gente, amor, amor, amor, daqueles que só uma única vez se sente, sem ele lhe resta somente um mundo sem sentido,  desabado.

_ Liduina do Nascimento
                           

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Enviado por Liduina do Nascimento em 30/12/2017
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