As estações da alma.
A alma voa, deixando por onde passa... os seus rastros em forma de poesia.
Textos

                                



Meu cantinho
       Crônica


Quando você vai ficando sensível demais, o melhor é isolar-se, ir fugindo de coisas que lhe aflige, que lhe deixa muito triste, pois vamos perdendo a fé nas pessoas, não sentimos mais a sinceridade, o afeto, e somos ímpares. Porque a maturidade faz com que gostemos muito mais de nós mesmos, que tenhamos as nossas manias, nossos gostos, que ninguém é obrigado à compartilhar, você teve todo tempo do mundo, para construir o seu ninho, o seu recanto pessoal, onde nele você se sente pleno, e o que é a sua plenitude não completa o outro, você pode estar desconfortável em qualquer lugar se a sua alma não estiver adaptada ao mundo que você construiu para ela um dia descansar... É certo que a alma não descansa, quando ela se aquieta num canto, deixa a gente parado no tempo e se joga no mundo tentando não se magoar vai buscando a esperança para nos levantar... Gosto do meu cantinho, um pequeno espaço da mesa para a varanda onde cultivo as minhas flores, coloco grãozinhos para os passarinhos se alimentarem, às vezes eles cedo, com suas alegria, me acordam, eu fico esquecendo a saudade dos meus sonhos, para não sofrer, corro para o café bem preto, e muito quente,  para me despertar, sem desejar nada que me faça lembrar de você. Pensar no amor que sinto me dói, essa ferida que não tem cura em minha alma, ainda assim é inevitável, quando vejo já estou recordando coisas suas, fujo. Em meu refugio eu me concentro em outros mundos, enfim. A coisa melhor que existe é a gente fazer o que gosta, eu gosto de escrever, mesmo que ninguém me leia, escrevo, enquanto houver vida e os meus sentidos estiverem em ação, porque escrever não me incomoda, os meus desertos e oceanos são íntimos, consigo seguir sem cobrar carinho, atenção, sem melindres, apagando o termo "nunca mais" Que vale para tantas coisas que sentimos e que repetimos sem querer... As mudanças à certa altura não são radicais, a ausência de quem amamos não se dá só fisicamente, às vezes morremos para alguns, somos jogados feito indigentes num lugar qualquer. Compreendo quando somos insignificantes para algumas pessoas, não que seja por maldade, cada um tem o seu mundo próprio, o sentido, ou a falta dele, você não invade, nem se deixa invadir, diz que ama, ouve que é amado, mas não completa, o vazio é profundo, se cairmos em nosso próprio abismo, às vezes não temos volta. Tem dias que eu não estou, as pessoas falam comigo, eu não ouço, não as vejo, Não estou. A música sim, aquela que me diz tanto, mesmo sem letra, nela tento encontrar o caminho que ela me mostra, me acho, me perco, mas não retorno, vou... O que fez de mim esse ser abstrato. Acredito no prazer de amar, pessoas apaixonantes não se apaixonam, eu me apaixonei por uma dessas, talvez fosse um desejo só, se eu desconhecia o amor, escolhi a pessoa certa, errada... Estou certa de que é amor, desses que não acaba, só com a minha morte.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 03/03/2018
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