As estações da alma.
A alma voa, deixando por onde passa... os seus rastros em forma de poesia.
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Na primeira tempestade
              




Quando a cicatriz é de amor, por ela temos zelo,
quando nela mexemos não dói, antes é alento...

Lançamo-nos aos céus para nunca mais voltar,
Sonhando com o ninho que queriamos pousar,
tristes, sem esperança.

São milhões de voos e você não se cansa,
quanto mais longe das águas dos rios,
sobrevoando o alto mar, avistamos à deriva
o coração que não soube amar.

Os mesmos ventos que levam as paixões,
amores passageiros, tangem-nos,
quebram-nos, o amor permanece inteiro.

Os ventos levam sentimentos
que se afundam na primeira tempestade,
o amor não,
cada dia peregrina pelos céus de qualquer cidade.

Quem ama, sabe que amar é recortar-se,
num remendar-se sem fim,
não importa se o amor não olha em seus olhos,
está sempre passando, dizendo não
para o doce sonho que de perto não quer sentir.
O que o vento leva se perde no ar deixa a serenidade
no coração que não deixa de amar.

Amar
é todas as noites sair de si mesmo 
e viajar pelo infinito das lembranças,
é descansar a saudade, sentado na ponta
duma estrela cadente,
chorar sem consolo, copiosamente.
Depois retornar ao seu leito,
pensando;
E tudo o que eu mais temi perder, nunca de fato tive.


 
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 04/03/2018
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