As estações da alma.
A alma voa, deixando por onde passa... os seus rastros em forma de poesia.
Textos





A vida dispensa títulos




Lembro quando a vida me olhou pela primeira vez
Ela me chamou e disse vá ...
Acredito que ela se identificou comigo.

A vida
Detesta correntes em seus pés, em suas mãos.
Não marca território,
Não traz na mão nenhum carimbo ou tombamento,
A Vida Dispensa Títulos.

Não me perdi, à esta altura não vou me perder.

Peço, não me pergunte para onde eu vou
          Nem eu mesma sei...
          Uma coisa é certa, se eu for,
          Não terei hora certa para voltar.

Se quiser me encontrar, já sabe;
Onde houver um mistério
Onde houver caminho,
Que seja, belo, 
Verdejante, ou bem, torrão,
Seco, cheio de pedras, sem flores e sem espinhos.

Onde eu estiver, será um lugar quieto,
Silencioso,
Com sombra, e com vento fino,
Pelo menos em minha imaginação.
Um bom lugar
Para a minha alma cansada de gente,
Descansar...

Pode ir por aí tentando me achar, saberá,
Foi ali onde refiz o meu lugar.

Só vou avisando que, no percurso até aqui,
Não brinque com os espinhos, não rasgue as pétalas das rosas
Que por ventura encontrar,
Para não se ferir e antes de chegar não me ferir,
E ouvir de longe o meu grito - Dê meia volta, 
Não estou para prosas, medeixe só, aqui.

 
Liduina do Nascimento
 
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 30/04/2018
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