As estações da alma.
A alma voa, deixando por onde passa... os seus rastros em forma de poesia.
Textos






 
O rio secou
Simplesmente poema

 




Já viveu tudo, já fez tudo, sem sentido lembra um tempo perdido,
Não ouve passos, nem olha ao longe...
Nada mais quer ver, ou ouvir.

O seu mundo interior não canta, não grita, não transborda,
Fugitivo de si mesmo, mora nos matos, da vida se esconde.

 
- Queria tanto um vento puro, ainda soprando ilusão.

Enquanto a vida segue igual por entre as copas das árvores,
marcando o tempo,
rasgado pelos raios de sol que beija os ventos,
Ela imponente,
cortinas suspensas enfeitam o alto dos céus duma esperança,
tingindo de amarelo, ou vermelho, o verde dos frutos,
enfeitam os galhos de sonhos mudos.

Por dentro, em seus ninhos, os seus habitantes cantam,
vão e voltam em alvoroço,
pássaros miúdos, parecem folhas perdidas cantando pelo ar. 
     
É próprio da nostalgia fugir da paixão e abraçar a calmaria,
A poesia se encanta com um cenário descrito com doçura,
Nem sempre fictício, a poesia mergulha fundo onde não deveria.

Alma sedenta sente as horas, com olhos fechados, sem sonhar,
Percorrendo o próprio leito, sentindo esvair-se,

Quando outra estação chegar, trazendo outras luas, encontrará,
Um rio seco sem refletir sua luz, e que não se perderá no mar.
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Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 04/05/2018
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