As estações da alma.
A alma voa, deixando por onde passa... os seus rastros em forma de poesia.
Textos
REDENÇÃO – CEARÁ
(Aos meus tios e primos de Redenção-Ce)


Redenção.

Cidade onde sempre passei as minhas férias de infância. Cidade onde guarda minhas origens e aguarda a minha velhice. -É pra lá que eu vou!
Ali...
Onde os pássaros vem me despertar cedinho.
Cidade da libertação dos escravos.
Nasci em Fortaleza, mas a minha cidade de alma e de vontade, é Redenção.
Onde reencontro as raízes. Onde dormem os meus antepassados,
entre as serras verdes em tons variados,
A fonte da nossa particular miscigenação.
Ainda posso ouvir gritos e tilintar das correntes.
É sempre uma curta viagem que me fascina...
Silencio, bagagem e vou sonhando de olhos abertos como que hipnótica sensação.
No percurso, janelas abertas recebendo
a brisa natural e o vento com cheiro
de relva levando uma suave sensação
pra dentro de mim, fotografando flores silvestres.
Com lágrimas de saudades
De saudade dos que já partiram
e as que deixo para trás, vou à Redenção!
Comigo vão as recordações, do meu pai dos meus avós, dos tios queridos que se foram, e dos meus irmãos que a eles fizeram companhia... Sim, levando muito da minha verdadeira alegria. Estradas... Caminhos...
De um lado serras, do outro mais serras
uma imensidão! Alturas.. De serras, de pedras de encontro ao firmamento, é ali que eu descanso
deixando para trás tantos pensamentos
e angústias. Não tem edifícios, são casinhas simples com fogão à lenha, sem quintal fechado, sem muros, o quintal é serra onde nelas se perde o alcance do fim que contrasta verde com o azul do céu...
Um frio gostoso que aquece a alma da nossa existência. Na chegada a alegria dos familiares queridos que tão bem nos recebem... Nem dá vontade de voltar.
É um outro momento, que me proporciona muitas
Alegrias... Sem dúvidas
Reencontros, risos, conversas jogadas fora, somos o que ficou de toda história.
A casa grande do meu avô Marcolino é a mesma, as serras são iguais
mas nós não.
Me vejo ainda menina
passeando, correndo ventos no rosto, ferias!
Agarrada nas mãos dos meus pais,
Bateu agora uma saudade imensa,
saudade feliz por ter ter vivido tudo aquilo.
Retornar me faz sentir de repente madura
Serras, terras de Redenção
Elas sabem que um dia nelas descansarei para sempre.
(Liduina do Nascimento)


 
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 24/10/2013
Alterado em 06/05/2016
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