As estações da alma
A alma voa, deixando os seus rastros em forma de poesia.
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Areia



 
Os olhos se voltam para as mãos fechadas,
Confunde-se,
Por entre os dedos os ínfimos grãos,
Sujas de areia molhada com lágrimas, concha o coração.
Cabisbaixo reflete na água o que não une mais
O amor desprezado, resume um futuro morto,
Não mais ânsia de dizer, nem uma outra de calar.
Tem saudade que se faz necessária
Para se tornar um entardecer só, no cais do porto.
Dor, dor , que vai com as águas para muito longe.
Ah como era bom sentir o vazio, que já não é mais!
Sentir o absurdo que é, só ser.
Sentir o que era viver por viver.
Apertando nas mãos a areia, deixou-se molhar pelas ondas
Quão absurdo é o infinito mar,
Quão absurdo é essa forma doida de amar.
Agora alma lavada com gosto de sal,
Sal, sol, saudade, saudade, que saudade
dos nossos rastros que não haverão de se espalhar.
Ondas altivas, fruto de cegos ventos,
Ondas mornas que abraçam o nada.
Coração que ama se entrega não vê
Ondas que vem, aquece o corpo e a alma,
Banham abismos em nós,
Lavam a tristeza, não arranca pela raiz a causa.
Você.

- Liduina do Nascimento


 
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 12/07/2016
Alterado em 25/07/2016
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