As estações da alma
A alma voa, deixando os seus rastros em forma de poesia.
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                                          Avante



 
Quando tudo por um instante parece ruir, quando sentimos a sensação de que nos falta ainda vivermos algo muito importante, quando quando... Essa é a maneira mais bonita de atravessarmos os amanhãs, é quando os nossos  pensamentos vão descansando, e como é bom descansarmos no amor.

Estava muito escuro lá fora, passava das quatro horas da manhã, nem uma folha se remexia sobre o seu telhado, o sol ainda se espreguiçava por aí, demoraria ainda para chegar.
Ela respirou fundo... Desejou que não amanhecesse ainda, não por estar com sono, mas por se sentir protegida na pouca claridade do seu quarto, sair daqui à algumas horas, voltar à antiga luta, estranhamente causava-lhe um pouco de medo. A casa estava silenciosa, com tudo no seu devido lugar... Sentiu saudade da bagunça que eles faziam. Seus filhos. Não, não estava vazia, nem a casa, nem ela, cada cantinho ao seu redor, falava do amor de cada um deles, recordou gritos, as suas correrias, gargalhadas. Depois os longos abraços. Que amores, as suas crianças.

_ Eles permanecerão crianças em mim.
Ah se eu pudesse sempre protegê-los do mundo!  Pensou.
Sentiu falta de quando eles e ela reuniam-se depois de um dia cansativo e conversavam até dar o sono depois do jantar...
Ela, quantas vezes velava seus sono.  _Tantos agostos bem vividos.

Amanhecera agora,
A vida estava lá fora e continuaria o seu ritmo acelerado, pessoas com passos rápidos num ir e vir, cumpririam seus destinos, enquanto em algum outro lugar passos lentos, relutavam para sobreviver, misturando-se às multidões, sem qualquer motivação.

Ela sorriu consigo mesma, pensando no amor incondicional deles, seus filhos.
Pensou calmamente no seu grande amor, seu amado...
Ele era a luz permanente da sua estrada, dava os tons aos seus dias, iluminava a sua alma. Iria caminhar um pouco sim, nessa nova manhã, antes de mais um dia de trabalho.
Bastava pensar, pensar nele com todo àquele amor, para tudo se transformar em um desejo bem conhecido seu, intenso... Agora, não era mais uma mulher sozinha, ela era um ser cujo o ar que respirava, só falava sem querer, de um amor, amor gostoso de tocar dum jeito que só ela sabia sentir. Somente ela entendia e queria... Como ela o queria!
Amor diferente, mas amor, num jeito de amar infinitamente, que lhe pulsionava à vida!
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 02/08/2016
Alterado em 26/09/2016
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