Pó da terra







Por ser pó da terra, evaporei no tempo,
misturei a minha alma fresca feito brisa,
à ventania.
Prefiro não voltar, nem recomeçar,
mesmo que o tempo voltasse sem querer.
Não seguiria pelos mesmos caminhos
que me levassem para... Você.
Não sonharia outro sonho que não fosse o meu,
desprenderia as minhas mãos das suas,
Não olharia mais para os olhos seus,
Desviaria-me de você no primeiro instante.
Assim apaguei as cores existentes, cativantes.
Apaguei os meus rastros, para sequer lembrar.
Desmanchei tantos sentimentos,
esqueci a eternidade que existe no seu olhar,
E que não me pertence.
Criei uma nova cor, perdi a minha timidez,
foi difícil me desprender de tudo,
inventei um novo jeito de amor.
Estacionei, não quis as voltas que mundo dá,
deixei de ver a vida só desse lado, fui para o lado de lá.
Daqui mesmo deixo a vida acontecer,
engoli poeira, me soltei das garras da tristeza,
saí da vida de cachorro de rua,
Já não ando implorando pelo osso.
Reaprendi à viver.