As estações da alma
A alma voa, deixando os seus rastros em forma de poesia.
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Jardim abandonado


 

Tarde quente, de vento forte
trazendo a poeira da estrada,
que invadia a sala,
e pelas frestas das portas,
pelo telhado, galhos secos
com o rangido das janelas se confundiam.

A casa abandonada, agora por ironia,
àquele poeta solitário, acolhia.

Só um jardim abandonado,
repleto de capim, mas, a árvore centenária,
carregada de histórias secretas,
cujo galhos ao balanço dos ventos,
indagavam por mim.

O poeta, para o campo sem flores,
inquieto olhava,
depois para dentro de casa, voltava,
à mesa, do canto do quarto, resistia,
depois vencido,
por sobre o papel, entregava-se.

Algumas passagens de sua vida, folheava,
enchia os seus olhos de lágrimas,
há quanto tempo, o poeta não sorria,
e os seus desgostos e sonhos,
sem muita vontade, escrevia.

Agora noite quente, sem lua,
sem um ser sequer ao redor,
negra alma, negra rua.

 
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 13/10/2019
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