As estações da alma.
A alma voa, deixando por onde passa... os seus rastros em forma de poesia.
Textos






 
 
Riacho das pedras
À pequenina cidade que eu adoro, fica escondida por entre 
serras, onde o sol se põe mais cedo, em Redenção-Ceará. 
 





Do saber dos homens à inocência, da falta
de malícia e de experiência, os torna uma espécie
de anjo, que só em sonhos se vê,
feito a simplicidade dos pastores e seus rebanhos.
No Riacho das pedras, terra que eu amo,
interior onde nasceram os meus pais,
até hoje continua a pureza do dia-a-dia.
Os agricultores no emaranhado de serras,
não se perdem, plantam e voltam ao entardecer.
Com seus esforços, ganham seu sustento,
sem ódio, com o seu suor, vivem sem ambição,
para as suas famílias, e para os seus trabalhos,
amam, oram e descansam para um outro dia,
nem necessitam praticar o perdão.

Na imensidão de terra, pelos matos, viajo
aonde a vista alcança, é belo e mágico.
Volto para dentro de mim mesma, há tempo
para arrependimentos, e algumas reflexões.
Um tentar a desconstrução de sensações.
O ar puro, é do que mais preciso, pisar firme
a terra, esquecer o mundo lá fora.
É reconfortante... a fumaça apresentando o café,
o suco fresco de tangerina, as abelhas à voar,
a poesia tem sabor de mel de engenho,
da cana do açúcar,
tem jeito de oração que a alma desfia com fé.

Do terraço, assistindo tudo, minha alma viaja
imaginando os meus antepassados.
Aqui volto à ser criança, cheia de lembranças.
Fujo dos meus injustos lamentos, onde tudo temos
e encontramos sempre um jeito de reclamar.

A quietude, a falta de obstáculos, a vontade
de nunca mais sair daqui, pois tudo é somente
exclamação. Original, é essa vontade de viver,
desejo esse que me chama, para nos campos
correr, aproveitar tanta beleza. Desse ângulo,
qualquer leitura ou escrita se torna em vão.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 01/08/2020
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