Multicor

Sei que nunca fostes meu, é impossível ser de alguém ou alguém nos ter, a possessividade é o que destrói o amor, seguimos sós, à nos perder, lembro o dia em que percebi, quando muitas de mim, pelos caminhos perdi, dos ciclos que precisei aceitar. Não te fiz, não me fiz feliz, e nunca pude ser. Ao anoitecer vem uma estranha saudade, pouco a pouco confundida com a dor que não quer falar de esquecimento. Demasiadamente te amei e te amo, junto no cômodo mais obscuro da minha alma, uma cor do tempo, ainda daquelas noites de ilusão...para iluminar os meus sonhos. Tem que ser assim, não pode ser diferente. O que me dói, dói demais, intensa, exageradamente sou, quem me guia é o meu coração. Ah fosse a minha alma quem escolhesse na minha vida o próprio tema! ...faria um céu multicor, a chuva cairia sem dilemas, e quanto a ventania sopraria só amor. Queria que a tristeza não mudasse os meus planos, e que as minhas lágrimas fossem trocadas por um largo sorriso, que dissesse; - Seja feliz, pois todo teu sofrimento, foi engano.  

Liduina do Nascimento