Sonhos e pesadelos
Desejei um mundo diferente do que eu vejo, era um mundo de sonhos realizáveis, na realidade vejo tantas pessoas morrendo, violências, tantos pobres sofrendo com fome, com frio, sem consolo, sem atendimento, sujos, doentes ao relento... Antes o meu mundo tinha tanta felicidade! Eu era uma criança feliz, corria sem medo de nada, até os trovões e relâmpagos eram inofensivos. Isso na minha mente.
Agora tenho tantos pesadelos, coisa que eu não tinha antes, sei lá, passo o tempo todo tentando tirar dos meus pensamentos coisas horrorosas que acontecem no mundo, fujo dos noticiários atuais, eu fujo da realidade, e por mais que eu não queira saber, não queira me envolver, é neste mundo que vivo, é inevitável da vida me esconder.
Não esqueço o último pesadelo, fui dormir imaginando coisas boas de se sonhar, de repente: Aquela voz de arrepiar gritando _ O nosso pó será coberto pelas águas, e tudo se acabará: a arrogância, a ganância, todo orgulho se extinguirá, só ficarão os ares, sem ninguém com uma história para contar... Ninguém livre ou preso, sem racismo, homofobia, violência contra a natureza nem ninguém, nada mais de bom ou ruim acontecerá. _ Atordoada acordei, com o meu coração à me balançar de tão aflito que estava, à revelia uma lágrima no canto do meu olho esquerdo, é o primeiro à lamentar, dele eu não fujo quando a tristeza mesmo sorrindo, tento disfarçar.
- Gosto dos meus sonhos lindos, que às vezes sonho também dormindo...
Outro dia eu havia sonhado, com três planetas chamados de terra, empilhados, eu, no espaço à sonhar, achando fantástico tanta beleza, três planetas de azul intenso, eu sorrindo e admirando. Para que fui despertar!
Outra vez sonhei que estava sozinha no meio de muitas montanhas, algumas bem coloridas, coberta de pedras e flores de toda cor, pedras lisas e marrons, abaixo do círculo de montanhas gigantescas que pareciam querer alcançar o sol, eu ficava parada em uma delas, e quando olhava abaixo havia uma correnteza de muitos rios correndo em abundância.
E eles seguiam o seu percurso, e em cada montanha havia muita gente sorrindo e cantando, e eu do lado de cá, em minha montanha de mato verde, sorria, achando bonito todos a sua sede de vida matando, sede de amor, sede de alegria e de felicidade, que sonho mais lindo meu Deus, parecia que ali era chamado de eternidade.
Liduina do Nascimento