Nasci em Fortaleza-Ceará, esta é a minha amada cidade onde cresci, onde também nasceram os meus três filhos, dos quais eu tenho muito orgulho, em cada um deles eu descobri o sentido do amor puro e verdadeiro. Amor que sempre me deu forças e coragem para a cada dia acordar e agradecer essa dádiva que ganhei dos céus. Venho de uma família de seis irmãos. Sendo a leitura a minha paixão. Assim cresci sonhadora, e escrever para mim, é como respirar... Atravessei o período em que sonhar era possível, até hoje, nisso, insisto! Não me auto defino escritora ou poeta, sem pretensão, sigo escrevendo alguns textos poéticos, ou não, feito gritos abafados que a alma sem querer quer soltar! Sou avó de quatro netos - Pedro, Jean Jr, Maria e Eduardo, meus amores. Sou mãe de três filhos, amados: - Jean, Lídia e Lílian. Antes de ser mãe, desconhecia esse jeito de amar sem limites.
Vou levando a vida de um jeito mais simples possível, sou trabalhadora desde muito jovem, sem trégua, luto, sobrevivo, dando de vez em quando, uma necessária pausa para voar. Ora cantando, ou sorrindo, aproveitando os instantes de felicidade, às vezes também sofrendo, chorando, coração em busca dum futuro onde eu possa por fim descansar, porém a alma sempre repleta de saudade. A minha vida é essa mistura de emoções, nada que a poesia queira negar-se a me ajudar, em seu toque mágico. Escrevo porque é o que eu gosto de fazer, escrevo sem rima, sem nexo ou cuidado literário. Os meus pensamentos são feito poemas, um percurso das emoções, os meus olhos vivem em busca do esconderijo minhas entranhas e de estranhas sensações, onde cedo descobri que quando deixamos o amor tomar conta de nossa alma, ele é tudo, retira a aflição acalenta, silencia e acalma.
Porta mágica
Com o passar dos anos, julgamos saber mais sobre a vida, até saciamos um pouco a nossa sede, colecionamos sofrimentos, nessa inocente trajetória vamos nos envolvendo e nos perdemos no emaranhado de desejos reprimidos, leigos, seguimos...
Quantas vezes diante do espelho, perplexos não nos reconhecemos, não sabemos aonde precisamos chegar, para a nossa alma por um tempo poder descansar... nesta inquietude a vida vai passando sempre a nos travar, arrastando os nossos lindos sonhos pelas ruas, e o destino em seu cinismo, enquanto sonhamos alto, ele nos aponta só os abismos.
Quando eu despertei para a vida, já não era mais a pessoa que eu fui e tanto eu fui, sem saber quem eu era de fato, ao descobrir-me não senti falta de nada que eu fiz inconsciente, sinto saudade de muitas coisas que vivi, não retornaria se pudesse, o melhor é continuar a jornada, com a experiência e o olhar firme em cada nova estrada.
Desejo que os pássaros que sempre ajudam a minha alma à voar nunca morram dentro de mim. Para conseguir até eles chegar, um dia eu precisei deixar as portas de um tempo doloroso e triste, sem olhar para trás, foi quando eles abriram uma porta mágica, e nesse aceno eu senti o brilho dos céus que eles me apontaram, das suas asas coloridas fiz os sonhos meus, foi assim que fugi do abismo.
Liduina do Nascimento
Autora do Livro:
LUAR DE VIDRO
" pescoço se enruga, imagino que seja de mover a cabeça para observar a vida.
E se enrugam as mãos cansadas de seus gestos.
E as pálpebras apertadas no sol.
Só da boca não sei o sentido das rugas, se dos sorrisos tantos ou de trancar os dentes sobre caladas coisas."
_ Marina Colasanti