Palavras... Mundo de ilusões, algumas perdidas.
Liduina do Nascimento
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Tempo
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                                  Somos parceiros do tempo, este senhor implacável, 
                                  dono de todos nós, a frente dos nossos destinos, 
                                  ele nos persegue, é inútil fugirmos.

 

                                   Primeiro não sabemos falar, depois falamos coisas sem querer, 
                                   aos poucos vamos nos convencendo de que nos calamos 
                                   para sobreviver.

 

                                   Com o tempo passamos a falar sozinhos, por ser menos 
                                   arriscado - marcante, fica cada monólogo que construímos.  

                                  Pedi tempo ao tempo, acredito que foi por insegurança, 
                                  e o tempo nos coloca à prova, ele me prometeu até
                                  ponderar alguns ponto da minha vida, que só ele soube marcar.


                                  Hoje passado tanto tempo, já não me importo, deixa o tempo... 
                                  Ele mesmo tem que passar.
                                 

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Foi o medo de esmorecer antes do tempo, achei que teria medo
da solidão, acabou que cheguei aonde temia tanto, e desconheço
esse medo, hoje.
Percebi que de tudo que eu sentia medo, eu venci... ao contrário,
coragem nunca me faltou, até o medo de morrer, esqueci.
as minhas inseguranças todas eu perdi, senti muita estranheza,
quando me dei conta, até a vaidade eu deixei no passado.
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Sonhadora, iludida, ah isso eu sempre fui... ainda lembro daquela conversa:
_ Tempo! Não me deixe envelhecer sem antes encontrar o meu amor,
àquele dos meus sonhos, para a vida inteira!

Que incoerência pois eu não estava só... Mas ainda não era um amor!
Voltando ao meu pedido ao tempo:
_Peço-lhe, não me deixe sair por aí sorrindo sem que encontre o sorriso,
não um sorriso qualquer.
Onde o meu sorriso vai parar, e por fim esse outro rosto amar,
tomar essa mão e juntos à velhice com ele alado, o tempo encontrar.

(SILÊNCIO...) Uma pausa... 
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O tempo, permaneceu calado. Mas, continuei com o meu pedido...
_Tempo!
Eu preciso desse amor, preciso com ele descobrir a fórmula de sermos
eternos dentro um do outro, quero com ele descobrir a vida, dividir as leves
marcas tuas... Tempo, essas duras marcas que tu vens e causa em nós,
quero ir ao espelho junto com esse amor... Tempo!
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E nos descobrimos à quatro... Nós dois ... diante do reflexo.
Com nossos corações cheios do amor maior de nossas vidas!
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E tu TEMPO, ali  à observar-nos, satisfeito, eu diria em atender a esse
meu pedido. Com o meu amor ao meu lado, tudo será mais suave,
a vaidade se perpetuará um no outro, nos acharemos sempre lindos um para o outro... 
E o nosso amor será para sempre até que tu nos leve.
Porque tudo fica muito mais bonito quando amamos de verdade!
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Oh tempo me respondes!  E se não me responderes...
apenas atende o meu pedido!
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O TEMPO... ficou pensando, me olhou... 
E só fez um gesto me olhando bem fundo...
Há vinte anos atrás!
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Mostrou-me com um leve sorriso e uma mão estirada
apontando um caminho pra eu seguir...
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_ Sem sucesso, tentei ouvir a voz do tempo, em vão.
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Por um instante eu tive naquela hora a impressão de que ele 
pegou carona no vento, e cúmplices se foram. Fiquei ansiosa
em minhas respostas negadas.
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Em minha ansiedade, senti uma esperança e força para seguir,
isso o tempo me deixou. Viver à revelia, ele aqui me cercando, rondando
testando a minha paciência, como que à indagar em seu silêncio,
pelos caminhos que me mandou seguir.

Atada à ele mesmo, eu me esqueci daquela conversa...
E vivi, e vivi... Então, ele, o tempo! passou, me vigiou e eu sequer percebi.
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O curioso é que hoje mais uma vez me deu vontade de conversar como tempo,
passado tantos anos, será que ele hoje me responderia?

Só que hoje, eu não me importo mais com o que o tempo teria a me falar,
prefiro viver do meu jeito até onde der. De tanto, hoje quero desaprender
quero esquecer... de tantas coisas. Viver na santa paz do meu tempo.
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Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 28/07/2012
Alterado em 26/03/2025
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