As estações da alma
A alma voa, deixando os seus rastros em forma de poesia.
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Passou

Enquanto o mundo em seu esplendor natural,  prosseguia alegrando a visão humana.
O rosto transformado diante do espelho, apavorando a sua  visão deixando a certeza de um futuro aniquilado, naquele instante não havia otimismo, ou palavras de forças para alegrá-la, talvez nem uma plástica resolveria.
No quinto andar da sala de recuperação de queimados, um grito de desespero dentro de sua alma, perdeu o gosto de tudo e da vida... que vida?
Os olhos tão verdes, dava ainda mais negritude à sua danificada pele com inchaços, e  pálpebras e mucosas todas inflamadas... Ainda arriscara viajar imaginando o seu rosto em estética antes perfeito, na pele sedosa, sem manchas, jamais teve os danos da puberdade, sempre motivo de sua vaidade.
Destruida ainda mais,  estava por dentro, ali estava o fim da trajetória, com aquele rosto ela não iria mais a lugar nenhum, era o fim de tudo. Pensou.
Passaram-se vinte e nove anos... agora o seu reflexo contava fatos novos de sua vida, um rosto novo que a ela agradava, não tinha todo um vigor da juventude, mas havia uma felicidade imensa de haver recuperado toda a feição e os olhos, continuavam com o mesmo brilho, não obstante.
Lamentar da vida agora depois de tantas lutas e vitórias, seria uma ingratidão imperdoável. Nesse instante uma alma adormecida despertou sorrindo.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 11/04/2013
Alterado em 02/12/2019
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