As estações da alma
A alma voa, deixando os seus rastros em forma de poesia.
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Naufrágio

Na tentativa de identificar algo que lembrasse quem era  ela própria. 
Arriscou uma curta ida ao seu passado, em certo desconforto de ainda assim  saber que  deveria retornar... sem vontade.
Confrontou-se. Imersa num oceano de saudades, quase perdida, sem fôlego na sua angústia. Sentiu escorrendo pelos seus lábios um gosto mais que salgado, gosto quase 'amargo' do choro sufocado.
' ...Ilhada...'
Sem acalento de lado nenhum diante desse mar de existência, absorveu a imensidão da ironia do 'presente amor' que nela deixou tão suaves marcas. Já acostumada ao excesso de sonhos. Como lidar com tanta realidade!
Ainda assim precisava enfrentar, seguir viagem, sem acreditar que aturdir-se valeria a pena, sentia-se  só, mas nem um pouco vazia, bem que gostaria, um vazio talvez fosse melhor.
Uma vontade incontida falava dentro bem mais alto que a razão.
Longe da mediocridade, aportou feito ser humano em seu egoísmo   'coração' estava acuado, fera indomada... acorrentada.
Pisou  nos próprios calos, não, não era orgulho, e sim fuga, dele fugir seria a melhor saída de emergência para tentar curar-se...
E PENSAR,  quase afogou-se.
Tornou-se náufraga em terra (Firme?)
- Única sobrevivente.
Modificando-se à contra gosto,
sem aceitar essa condição da dor sua  somente, ainda pensou nele um pouco e calou fundo a vontade de ir à luta atrás dele... A dor era realmente apenas dela somente... Iria deixar doer calada.
Jamais teve algo de tão seu. Quieta ali, anônima, tentando rabiscar a sua real  biografia... ela não se  encontrava mais.  
                   


 






 
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 12/04/2013
Alterado em 17/05/2016
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