As estações da alma
A alma voa, deixando os seus rastros em forma de poesia.
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Vítimas


Foi tomando conta daquele coração... Muitos pensamentos dominaram a razão e a sua emoção foi traduzida em choro, de dor e de dó... Ela olhou para aquele jovem ali, caído no chão, haviam lhe tirado a vida. Por instantes... A sua memória viajou a um tempo atrás... Quando, a vinte e três anos, havia chegado para morar em frente a sua casa, ele era uma criança de apenas quatro anos de idade. Era uma criança feliz, bem relacionado com os amiguinhos da sua rua. Ele era um menino normal, estudava.
Tinha uma família como tantas outras iguais, de comportamento satisfatório.  Quando aos 16 anos de idade entrou para o mundo da criminalidade, ele mesmo já havia tirado a vida de doze pessoas.
Era humanamente incompreensível que aquele corpo estirado no chão, com todos, sabendo da sua vida nos ultimos tempos, pudesse trazer qualquer lágrima, a qualquer ser. Ela ouvia a cada passo que dava para chegar do outro lado da rua: _ Ele já foi tarde!
Mas ela chorou, até sentiu um pouco de vergonha por estar agindo daquela forma.  Todos nós somos vítimas, enfim. - Pensou.
De qual cor seria denominada a vida desses jovens, que não sabem caminhar com as suas próprias pernas, o que lhes falta é amor somente? E se existe um erro, se existe um réu, qual réu poderíamos apontar, quem seria a verdadeira vítima, além do próprio personagem.
A dor de um pai ou de uma mãe que perde o seu filho para a marginalidade. Qual prazer existe em fechar os olhos para o mal do século.
As lágrimas que são derramadas, talvez possa parecer loucura, mas elas caíram sim, com soluço de dor. O retrato da sociedade, ali... Naquele rosto caído sem vida, no chão, tinha qualquer coisa de inocência, de não aceitação do mundo, do seu pequeno e pobre mundo.
E mais uma vez ela chorou silenciosamente escrevendo o seu conto que mais gostaria que não fosse um fato real.  E ela não compreendia porque a morte daquele jovem marginal, doía-lhe tão fundo na sua alma, mesmo quando nas suas lembranças,  de dois anos atrás, cada vez que ela lembrava daquele menino de apenas 23 anos, ali morto, ela chorava. Que coisa mais triste pra ela era assistir tantos jovens entrando n'um caminho que muitas vezes não tem volta.

                                                 UM  SONHO:
      ' - Que jamais um conto desses fosse denominado - Cotidiano.'
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 28/11/2013
Alterado em 09/05/2016
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