Tento traduzir o barulho da chuva batendo na janela, aqui. Continuo ouvindo, em sintonia com as batidas do meu coração, chuva de sonhos que derrama portas à dentro de minha alma, milhões de imagens visíveis e imagináveis tão suas, clareando qualquer suposto recôndito escuro da minha imaginação.
Agora, calmaria... Quebrada apenas pelo grito do antigo silêncio, adorável silêncio, que amo e que insiste em lembrar-me que o amor entre um homem e uma mulher, pode ser infinito. Quem não reconhece um verdadeiro amor onde ele habita? Quem não sabe dentre os espinhos da rosa, perceber a sua suave e aveludada cor... Quem ama, sabe reconhecer onde existe o amor.
Não podemos traduzir a essência d'um ser, tememos por não saber, em qual instante o outro vai querer sair ou ficar. O amor sabe, podemos sentir profundamente o jeito que ele, o amor, persiste em ser. Eu sei, sei exatamente, que irei lhe amar para sempre, enquanto eu viver.
Agora, nessa linda noite, meu amor... Ouça, absorva o que o silêncio tem a nos dizer, um anjo em forma de chuva, banha-me com palavras, acaba de falar ao meu ouvido, traduzindo que, Amor e Poesia, somos eu e você.
Liduina do Nascimento
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