De onde eu venho
De onde eu venho? Se eu disser, ninguém vai acreditar.
Pelas veredas andei, mares, desertos desbravei.
Se anoitecia, em algum lugar me abrigava para um pouco mais
só um pouquinho mais, poder tranquila sonhar.
Não, os sofrimentos, as decepções, não me faziam parar.
Se amanhecia, eu andarilha, seguia viagem
Por mais um dia eu viveria,
a escuridão de mais uma noite, eu não temia.
Recostava-me num canto e voltava a imaginar lugares lindos,
por onde a minha alma queria um dia caminhar.
Era um misto de realidade, de sonhos, e de tristeza, mas,
a vontade de ter alegria, não queria abandonar,
E assim eu amanhecia. Companhia pra minha alma,
não não havia, nenhuma alma
que a minha sonhadora alma, quisesse por companhia,
sozinha seguia, ou era o príncipe dos meus sonhos,
ou outra alma, a minha não queria... Até que um dia,
em minhas andanças, a minha alma adormecida,
anoitecida em sua solidão interior, sonhadora,
Um dia, ela regressou pobre andarilha, toda alegre feliz!
A vida e seu destino lhe trouxe de volta, o amor que tanto quis.
Agora essa alma andarilha sonhadora aquieta-se à fazer poesias
todos os dias para enaltecer o amor além dos sonhos...
Quieta e desassossegada, o gostoso de amar é a inquietação
É a euforia, o frenesi é a eterna paixão.
De onde eu venho, venho do país dos sonhos
Voltei para dizer que ali o amor existe e os sonhos podem se realizar
O amor é o alimento do meu coração.
Liduina do Nascimento
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