Quando anoitecer
Ela tinha o costume de ficar sentada por horas e horas olhando a imensidão do mar, sem poder em palavras nem no seu silêncio, dizer o que lhe ia na alma. Apenas sentia, sentia muito amor por ele, ficava lembrando àquele
rosto, aquela voz, tudo dele. Ele, tão lindo, tão meigo, sincero e especial...
Depois percorria com passadas curtas a orla,
Com as sandálias em suas mãos, não se dava conta,
Nem do tempo. Só precisava caminhar um pouco pela areia molhada,
de vez em quando as ondas vinham banhando os seus pés,
A água morna e espumante ora suave, ora com força lhe despertava parecendo que iria levá-la para o outro lado do mar onde o seu amor vive, além de dentro dela.
Daqui a pouco seria a hora do crepúsculo, ela iria sentar-se um pouco mais adiante no alto na duna e escutaria o barulho das marés fortes, o uivo do vento lhe falando que o seu amor estava guardado para o próximo poema, nele,
ela poderia cobri-lo de carinho e de beijos, e com os seus olhos fechados, com abraços eles se entregariam a esse amor que nunca mais para ela terá fim.
Enquanto isso se pôs à caminhar,
Caminhava... Mirando o horizonte de tons tocantes, deixados pelo sol,
Sem esquecer o quanto apesar da distância, ele lhe fazia tanto bem.
E lá se foi ela pela tarde,
Sem ele, mas com ele o tempo todo em seus pensamentos.
Não estava fácil sentir tanto amor e não poder abraçá-lo,
Então pediu para a sua alma. - Quando a noite chegar,
e você retornar para a sua casa...
Vai, vai para os braços dele, em sonhos, fica com ele,
Dê a ele todo o carinho, todo amor que ele merece, e que o seu amor precisa,
E volta mais reconfortada, me faz sentir que amar é assim mesmo.
Era o seu jeito de viver que fazia com que o mundo ao seu redor parecesse uma ilha deserta e cada passo que ela dava, tinha em sua mente um desejo único, o de chegar ao outro lado onde a sua outra vida se encontrava.