Textos
À sorte
A alma suicida,
fugindo para o negro porão
Morava à portas fechadas
de frente para o nada
Guardava um vazio em seus frios cômodos
Desacreditava de tudo,
vagando pelo corredor.
Já não alimentava achar no caminho
o que fosse um clarão,
De vez em quando, batidas na porta,
que importa?
Ao toc toc do mundo sentia-se apática,
sem ilusão.
Quase ensurdecida,
fazia ouvido de mercador.
Era coisa da sua própria vida,
Não era por causa de nada ou ninguém,
Por dentro sentia-se morta,
Sozinha,
Entregava-se todos os dias à sorte,
Riscou da sua vida o significado da alegria,
Há muito, havia desistido do amor.
- Liduina do Nascimento
O passado e eu
Enviado por Liduina do Nascimento em 24/10/2016
Alterado em 26/10/2016
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