Crônica
E s p i n h o s
e
F l o r e s
Se era lua chorava,
Se era vento se perdia,
Se fosse mar afogava-se,
Quando era arco-íris saía confusa com as cores,
Avistando as pontes, sufocava-se querendo o horizonte.
Tempo em que a alma se afligia querendo viver tudo
de um fôlego apenas.
Que guerra inútil
É querer lutar contra ou à favor do tempo,
Ele é o que tem ou não tem que ser.
Os caminhos por onde vamos passando,
São as margens
Nós águas calma ou pura turbulência.
Vamos deixando e levando experiências,
algumas gratificantes,
Outras tão dolorosas, ainda assim vamos...
E nada muda o que temos que viver, nem nós mesmos.
Caminhos por entre flores e espinhos...
Para que olharmos o final da estrada,
Se, as nossas passadas são tão curtas!
Somos crianças diante do abismo que há entre nós e o futuro,
Fomos postos no mundo sem sabermos quem somos,
Se não houvesse quem nos guiasse, seguiríamos,
Sem rumo sem razão.
Consumindo os dias, somos capacitados,
Os sonhos pulsionam-nos à nos construirmos,
Ou desmoronamos se levarmos tudo à ferro e fogo.
E as pessoas passam pelas nossas vidas, algumas se perderam
de nós, ficaram esquecidas para sempre...
Quantas morreram, mas não se foram de nós!
O caminho fica, o tempo fica, consumindo tudo.
Nos iludimos acalentamos uma alma reinventada que já se contém porque aprendeu à caminhar de qualquer jeito, sem querer saber onde será o final da estrada.
_ Liduina do Nascimento.