Inefável
As ruas me calaram, sem os seus dias alaranjados,
àquele calor intenso sufocando, também se foi...
A ventania quase cedeu, apagou um pouco a poeira,
deixando nítida a busca da minha alma sem a sua visão.
As ruas me olham, sabem que o mundo está incolor,
nessa alma intranquila que tanto lhe procura.
Alguns pensamentos se renovam, já outros
bem guardados, mais aguçados, só pedem você e eu!
É caminhando pelas mesmas ruas,
que eu abraço o ar dum vento soprando ilusão,
Imagino que nele vem a poesia do seu olhar puro
feito semente, brotando no meu chão,
A semente dum amor calado, à compreender o meu.
E as ruas me perguntam para onde vou,
ouvem a minha alma,
e escutam as velhas batidas
do meu coração
que fala tantas coisas em seu silêncio.
Agora o mar, diante dele, cairá a noite da minha solidão,
Há tantas coisas que só posso sentir, só sentir,
O que me acalma, é olhar para além dele, e seguir.
Sei, o meu amor vai lhe encontrar, volto à sentir calor,
Minha alma hoje dormirá aquecida de você,
Basta pensar por horas em sua vida, tudo volta à ter cor.
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