Escreva sobre você
Eu odeio textos longos, na verdade eu não consigo ler, este aqui estou escrevendo para mim mesma. Escrever sobre mim, é difícil, porque pessoas são difíceis, nem me conheço direito, sou passível de comportamentos surpreendentes.
Eu gosto mais de escrever sobre um amor que habita em mim. Escrevo sem querer aplausos, mídia, comentários, escrevo porque não gosto de conversar ...'Serei breve?' Tentando aqui... _Quando eu penso em minha vida, eu penso que sempre fui uma pessoa que adora os dias de sábado, ah, amo os sábados! É difícil alguém arrancar qualquer coisa de mim aos sábados, porque é nos sábados que eu sou eu, literalmente. Eu de cara, sei que de uns tempos para cá, não me preocupei mais com a opinião alheia. Conviver não é muito a minha praia, sou muito fechada, reservada, desconfiada, esquisita. Observar sim, quando eu me aproximo de alguém para fazer amizade, eu já tenho estudado essa pessoa a muito tempo, porque eu gosto da alma humana, da alma, eu gosto, vejo além. Tem cada alma linda!
Peço desculpas às almas feias... Quando eu me afasto, me afasto para sempre!
Para sempre mesmo, pois a minha paciência é curta como a vida.
Se existe um nunca mais em minha vida, é isso.
Quando sinto que não sou bem vinda, então! Acabou total, sigo a minha estrada.
E sem falsa modéstia, quem se torna meu amigo ou amiga de verdade, nunca me perde e nem se deixa perder. Aprendi isso com o meu pai, o meu pai foi o homem mais incrível, mais intenso e maravilhoso que eu pude conhecer nesta vida única. Ele era um homem alegre e feliz! Um boêmio responsável, um moleque feliz, ah que saudades do meu pai.
Então;
ESCREVA SOBRE VOCÊ...
Eu li esta frase não lembro onde, e gostei, foi aí que eu comecei a pensar em escrever sobre mim, eu que me amo, eu que me enalteço, eu que adoro postar fotos minhas sem filtros, sei que não sou bonita, mas gosto de mim. Quem não gostar, problema seu. Tô nem aí. Eu que na minha juventude não sabia do meu potencial, hoje, eu tão frágil, tão envelhecida aprendi a me amar, aprendi a me valorizar e isso eu agradeço primeiro a Deus, depois às quedas e às vezes que tanto caí e me levantei.
" Eu isso, eu aquilo..."
Não sou boa em muitas coisas na vida, sou falha, sou só alguém que sobrevive admirando a natureza, amando do meu jeito, até as folhas secas que voam sem rumo. Eu que nem aprendi direito à escrever, ouso escrever uma crônica...
Escrevo, mas sei que não é uma crônica, talvez um pensamento longo e chato.
Outro dia me reencontrei sem querer com o pai dos meus filhos, ainda tentei me esquivar e fugir para bem longe, pelas más lembranças que ele deixou em mim.
Mas ele me seguiu e quando menos esperei ele apareceu em minha frente,
eu estava estacionando, feliz por haver escapado...
QUANDO...
QUE SUSTO! E ele me falou uma coisa que eu senti sinceridade em suas palavras,
ele disse; - Como você está bem! Como você está mais bonita do que no tempo que eu lhe conheci! - Claro, no tempo que ele me conheceu eu era uma idiota, que vivia para os outros, era submissa, omissa, dependente, não pensava um minuto em mim. Quem me ensinou a viver, foi o amor pelos meus meus filhos, que hoje estão encaminhados na vida, lindos, amorosos e dignos. Sou uma velha sim, de quase sessenta anos, mas estou viva e querendo muito mais do mundo e de mim, não estou me contentando com migalhas. Na poesia eu sonho, enfeito, mas na vida real, vivo. Ontem depois que saí do meu trabalho fui à livraria onde costumo ficar por horas lendo, tomando um café, e pensando, pensando e agradecendo a Deus pela minha vida e das pessoas que eu amo, é engraçado, as pessoas costumam fazer esse tipo de agradecimento na igreja, eu não, não gosto nem frequento nenhuma igreja, não faço parte de nenhuma religião, mas faço caridade, leio a Bíblia, tento não fazer mal nenhum às pessoas, perdoo, mesmo de longe. Acredito em Deus, enfim, tenho a minha consciência em paz sobre todos aspectos da vida, no que diz respeito a seguir o meu caminho, a fazer o bem sem olhar a quem, mesmo não sendo obrigada a conviver, mesmo não acreditando em céu ou inferno, eu acredito num Deus poderoso! Dentro "dos mistérios que existe entre o céu e a terra."
Eis talvez o meu maior pecado. "Ser feliz, assim ou assado... " Por incrível que pareça, eu me considero uma mulher feliz. Gosto do meu mundo, gosto da minha casa, amo a minha família, meus verdadeiros amigos, e tenho uma compaixão pelo sofrimento humano, tanto que se não puder ajudar, jamais atrapalho. Dentro da minha ignorância e estupidez, criei o meu próprio mundo, nele percebo o comportamento solitário de cada pessoa com quem convivo, independente de sua idade, seja no trabalho, na família, seja na vizinhança com quem tenho o mínimo de contato, mas sem escolha, os vejo todos os dias pela manhã e à noite quando cansada, chego do trabalho, sem críticas, mas vejo suas disponibilidades, quando todas as manhãs bem cedo, saio morta de sono louca para me aconchegar em minha cama, ou rede, até mais tarde e o dever me chama. E eles nas calçadas fazendo coisa nenhuma... Mas. Pois bem, se trabalho ainda, mesmo cansada;
É para a minha sobrevivência, mas, eles já estão em suas calçadas fazendo um alvoroço! Soltando os seus bem humorados, bom dia e sorrisos...!
( que saco ) _ Voltando ao meu mundo particular, eu não sei se isso só acontece comigo. Nem tento pesquisar, tendo em vista que eu não sou uma pessoa popular
e nem faço questão, pelo fato de não gostar de conviver com muitas pessoas,
pois fiz a minha opção de ter contato somente com algumas pessoas as quais fiz amizade ao longo da minha vida. Tenho amigos de infância que os considero irmãos, ( pouquíssimos ), mas os conservei até aqui, confesso que somente quem me conhece a fundo, me suporta, sou chata demais, me incomodo até com um carderninho folhedo por muito tempo perto de mim. Dizem que a alma não envelhece, o que envelhece é o corpo, então sou velha de corpo e de alma. De fato sou uma velha chata que não gosta muito de gente,
"não gosta muito, é bondade" ... Não gosto mesmo. Mas por incrível que pareça, as pessoas me procuram, querem me ouvir, querem o meu sorriso, a minha alegria e se preocupam comigo, eu agradeço muito a Deus ter me feito exatamente assim profunda e superficial ao extremo. Porque eu só sou eu mesma quando estou só. Aqui na livraria, eu e meu note, em meio aos poetas que eu amo, aqui eu me sinto em minha outra casa.
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