Todas as noites o milagre da vida
em algum lugar acontece...
Também aqui.
É quando os meus sonhos descansam,
dando uma trégua aos meus medos.
É quando a solidão conforta,
ao deparar-me comigo.
O silêncio se faz necessário,
Viciando.
Ah se os meus ouvidos
com frequência, o merecesse.
A ausência do eco da efemeridade
das palavras, inconsciente,
nada representa ou acrescenta,
e faz com que eu percorra tranquila,
um leito vazio, inocente.
É o doce tempo da minha alma
que se banha,
E repousa, sem saber se despertará.
As ilusões atravessam a misteriosa escuridão,
para banhar-se no suave rastros de estrelas,
esquecendo um abismo
que coloco em último plano.
Abismo,
Causado pelas multidões da qual eu sempre fujo,
na cegueira que criei para o meu bem estar.
Para abrigar-me satisfeita, dentro de mim mesma,
esquecendo os rótulos.