C o l h e i t a
Joga os chinelos, e num sobe e desce tantos degraus,
De bons pensamentos vai enfeitando
O recanto onde a sua alma no final do dia quer descansar.
Vai desejando, e refletindo a sua luta,
Pensa, que foi um ano bem difícil, mas conseguimos chegar.
Continua o prazer na distração, vai recolhendo seus temores
Suas dores. O próximo ano será melhor!
O seu caminhar é uma oração,
Espalha pelos cantos da casa, doce restos de ideais,
Pendura algumas lembranças ali, coloca nas caixinhas
Sopro de desejos secretos do seu ingênuo coração,
Das coisas que sonhou mas não viveu.
Com o peito agora, repleto de esperança,
Conclui com olhos bem fechados,
É hora de pedir pela paz... Paz no mundo, paz.
Lamenta por aquela árvore que ficou gravada em sua alma,
Sente nela a falta, dum verde que não vingou.
Atribui a culpa ao sol danado, escaldante,
Depois, foram tantas tempestades.
Afasta-se mais um pouco, admira encantado
a paisagem sua, de sonhos coloridos, que realizou,
Sorri diante do seu feito.
_ Aqui está ela, bela e frondosa, carregadinha de amor.
Esse mesmo amor, que insistentemente regou.