Noite, ouvidos esperando sob a luz da lua,
uma serenata cantando o amor, que nunca virá.
Expectativas, sem a delicadeza das palavras
àquelas sonhadas, que certamente não ouvirá.
Nada mais sincero e tocante que o silêncio,
das vontades de uma saudade que não foi sentida,
o mais sincero não, nunca dito.
O amor dos sonhos, que sente ciúmes, fala de poesia,
de flores e seu perfume, e das voltas do tempo na vida.
Amor dos sonhos, seu eco pelas montanhas,
sem respostas, fala de borboletas e desejos, dos sonhos
pelo quarto deserto, sobrevoando sem sentido.
Poesia do roxo da flor de maracujá, das violetas
e do amor mais que perfeito ser ter.
Poesia, insone, madrugadas, nos fala de poetas
contando da derrota do seu falso amor,
poeta que fala para o nada, sem vaidade, sem leitor.
Poesia puro e simplesmente, fala de tudo sem nada ter,
num tema, dilema, dum amor sem você.
Poesia é drama é dor, é vida derramando o seu dilema,
sem hora ou data, natural, sem demagogia.
A poesia é uma moça de trajes de retalhos,
num restaurante elegante, que, à madame, entrega a flor,
ela recebe os seus trocados, com seu olhar triste,
desprovida de beleza ... _ agradece, sem ser notada,
sendo a protagonista do verdadeiro e mais puro amor
dos sonhos, somente seus, que seja.