Compreender
Toda melancolia quando toca profundo a alma, deixa o sabor de final de tarde, tenha ou não a beleza do sol escandalizando, pode ser uma tarde chuvosa, até, quando sentimos no ar, a terra com o seu aroma da infância, o momento vem dizendo porque a vida existe, só não compreende quem não quer. Por certo não dispenso o pingo do meio dia, quando as nuvens ao invés de continuarem brincando com o sol, de esconde esconde, trazem as cores do infinito vivo, que enche os nossos olhos de uma inexplicável esperança, reaviva dentro do nosso coração as nossas melhores aspirações ou lembranças, e a nossa alma não descansa, ela reage ao marasmo, ela para de bocejar e grita no alto das montanhas solitárias, que é única no mundo, mas que somos iguais num todo, sim. E os nossos sonhos vão de encontro ao mundo de outros iludidos sonhadores que não medem o ser pelo que é, o encontro não é do corpo, as mensagens entram tal maneira que, mirar por alguns segundos a sua passagem no universo, as suas paisagens prediletas, ofuscam a visão simples, de um branco intenso de suas nuvens, cujo mistérios eleva o pensamento, e o azul do seu infinito espalha-se, por mais que não se mova, mesmo sem querer você se pergunta se tal insegurança antiga sua, não é um erro, porque cada partícula aqui tem o seu sentido. Imagina um ser que incompleto mostra a sua beleza de alma, na busca infinda, sem lembrar que tudo fenece, e o outro ser nesse ínfimo instante se encontram, os seus olhos se não refletem um no outro simultâneamente, pulsa em suas veias a vida seja do jeito que for, para que assim você possa compreender que ser indiferente não fere, mais do que possa ferir a si mesmo.
_ Liduina do Nascimento