Mulher

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Mulher

Eu gosto de exaltar a vida,
contrariando
àqueles que pensam que a vida
é um caminho sem volta.
Não é!
Há tantas voltas na vida,
Quando pensamos ir, estamos
voltando, às nossas origens,
nessa busca incansável do ser.
E tantas mulheres não conseguiram
fazer o seu trajeto completo.
Quantos caminhos
em tão pouco tempo
de vida eu trilhei...
É que (somos crianças diante do tempo)
Caminhos meus, muito mais de dor,
do que de felicidade. E posso dizer; Eu consegui chegar,
de cabeça erguida. Somos crianças para tantas maldades,
existentes no mundo que se denomina
"Humano desumano" - Nietzsche.
.........Quantas Fridas e tantas outras mulheres guerreiras,
conseguiram se superar, quantas conseguem vencer
eu diria a si mesmas, quando deixam os seus temores cairem por terra, junto às suas lágrimas, submetendo-se até mesmo, à morte.
Morte que muitas vezes não se dá somente ao corpo físico...
Morremos um pouco sim, ou num todo.
Hoje eu vejo tantas mulheres submetendo-se à humilhações,
sem que haja à essa altura da modernidade, mais espaço para as barbáries que em nome do amor, haja realmente a necessidade
de por estes caminhos passarem, sem nunca saberem de verdade
o que é serem amadas. Enfim. Eu sigo um caminho por onde piso firme
no que se diz - Conquistei o meu espaço e dele não abro mão,
Sigo, olho e digo - Aí está a vida, sem aceitar opressão, de ninguém.
Não sou alguém importante, eu sou uma mulher simples e comum,
como eu sempre digo; Sou uma Francisca qualquer,
- Simplesmente, Francisca Liduina do Nascimento...
Sou aquela que ouve o canto dos pássaros, encantada e interpreta
o que eles querem dizer, certamente não tenho medo da vida,
nem da morte, e reluto, sobressaindo-me com um sorriso,
e abraço os meus adversários, como se eu estivesse recebendo
os verdadeiros amigos numa comemoração no fundo do meu quintal
sem que os abraçasse em minha alma...
Não quero, não tenho a pretensão de me fazer admirada,
apenas vivo um dia de cada vez, comemorando as minhas conquistas
e minha liberdade de ser mulher. E não sou uma mulher qualquer.

Liduina do Nascimento

Enviado por Liduina do Nascimento em 08/03/2018