Poema em rascunho
Era um poema sem graça, muito triste, me tocou profundo,
talvez fosse pela sua humildade, ou o fato de nunca
haver saído do rascunho, de nunca ter passado
pelos olhos de quem deveria, um poema curto, discreto,
esquecido no mundo, dizia dum desenganado amor,
desprezado, maltratado, um louco amor, por alguém que não
quis o sentimento daquele infeliz coração.
Em poucas palavras dizia, como dói, a chama de uma paixão
que sobrevive, mas, sem fantasias.
Um poema largado, sem presente, sem passado,
que cedo teve que afogar todos os seus sonhos,
ainda assim, com força o amor, à indiferença sobreviveu.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 23/07/2018