Estranha
Tem certas coisas que depois que eu escrevo, confesso, às vezes me afastando um pouco para trás, volto e de repente vou ao espelho e o que vejo nele refletido, não é alguém que pareça comigo, e quem escreveu àquilo, tantas dores, não foi alguém com quem eu tenha alguma afinidade.
Então me pergunto; _Quem é você? Para que insistir em sofrer? Eu não era assim, nem sou essa que está me olhando, e saio sem olhar para trás, vou, só que de vez em quando preciso de alguma coisa que deixei lá no começo, paro e penso _ Não eu não vou buscar, o que passou passou. Fique aí por favor, não preciso de você, não me acompanhe mais, prefiro ir sozinha, nem assim. Quão estranha me sinto, nessa variedade de sonhos e perspectivas, de algumas ideias fujo, não daria conta do mundo que minhas almas buscam, sendo feliz e infeliz, sendo muitas de mim.
Por fim, quando chega a noite, prevalece uma somente, essa, que quer continuar abrindo as janelas que dão para os jardins de sonhos, de flores, de pássaros que não se cansam de cantar. Mesmo, já havendo escancarado todas as portas.
Preciso sim das minhas janelas, para eu poder respirar. Há tanto tempo, percorri com pressa tantos caminhos, nem tive tempo de amar, só não sei o porquê ..Carrego em minha alma, uma janela em especial, que dá de frente para a vida que quero desfrutar.