Repetindo
Ela fecha os seus olhos e viaja no doce frio e no vento
e sai por aí criando, e às vezes reescreve o óbvio,
com o rosto virado para a brisa que quer entrar em sua alma.
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Foi de olhos fechados que ela foi longe demais,
conseguiu alcançar, mas, não esqueceu os invernos de outrora
que marcaram demais a sua alma, um passado inocente
…Rico de lembranças lindas, até hoje, quando chove,
ela fica desejando que a chuva não pare.
Quando chove, sente que os invernos passados estão todos
dentro dela.
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A sua infância foi linda demais para ela não querer invernos futuros.
Ela vive o hoje, mas, sabe o que se passa por dentro de sua alma
que alimenta cada sonho que enfrenta os seus desertos.
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Ela mistura as palavras e no fim o sentido de tudo
é o amor...
Sem meios e sem recomeços nos seus enganos, mas,
não reconhece a sua outra parte realista...
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- Nos céus que voo, tudo é infinito.
O bando passa ao longe, posso ouvir o seu chamado,
não atendo. Sou a andorinha sem verão,
que sozinha sabe o seu rumo.
Voando, voando… O mundo visto assim do alto,
na paz da minha alma pacífica.
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Já não sei o que é falso ou verdadeiro,
sou uma parte estranha que não gosta de tudo.
O que temos em comum?
você foge de de mim, eu fujo de você.
Gosto de ser assim,
uma andorinha que não se junta ao bando…
Crio os meus mundos, neles me acho, neles eu me perco.
Incluo, excluo. Apareço, desapareço.
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Sou dona da minha existência, por isso não a desperdiço,
o que era uma mentira não era sonho, mas,
fui, naquele pesadelo, fui até onde pude acreditar,
de repente eu vi diante do espelho, a minha vida, e abaixo,
vi um poço profundo, lotado de palavras.
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Misturei a minha crença noutro ser, deixei afundar a minha fé,
Precisei partir para sempre e com pressa, moldei-me ao tempo.
Gosto das palavras duras, aprendi a amar a palavra fim.
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Poupo a minha alma, não espero tudo se ajeitar,
e quando se ajeita, eu mesma desarrumo para recomeçar,
o meu destino é esse, amar a vida de um jeito infindo,
feito aquelas estradas por onde eu ainda não pude passar.