Não por curiosidade, ou capricho,
quando um caminho mágico nos aponta
um lugar aparentemente encantado,
como se a gente perdesse o equilíbrio,
perseguimos uma luz imaginária,
encandeados, somos enganos, mas, cegos,
acostumamos à buscarmos, mesmo sabendo
que pensamentos são veredas...
Deparamo-nos com tantas desilusões
no fadado e inesperado lugar nenhum.
A gente procura sem graça, o chão de volta,
atendendo a voz, que não queremos ouvir.
Algo muito forte nos chama, nos avisa
do inevitável e indesejado abismo.
Um dia destes iremos despertar, mesmo que
não tenhamos outro lugar no mundo,
em que possamos pendurar os sonhos.
Uma consciência nos toma pela mão e invade,
amadurecemos para tantas coisas,
enxergamos que as estações vão e voltam,
percebemos, estarmos intactos na própria razão,
de repente sem esperarmos, sobrevivemos..
Liduina do Nascimento
Do esquecimento, da falta de nós
Dos nós largados no tempo,
Da vida que não nos encontrou.
Somos dois desconhecidos
desencontrados sonhos que não se realizou
Palavras que se foram com os temporais
viver é despertar e adormecer num triste jamais
Acalma
A noite é um sonho,
uma chama,
um sono mal dormido.
Lembrando que na alma restou um amor
uma vontade, desejos esquecidos.
O vento forte demais, aos poucos
despetalou as flores,
deixando firme uma linda flor,
Folhas, pétalas espalhadas no jardim,
rastros de vida… Rastro de amor.
Avisei para não acreditar,
avisei tudo o que causa a paixão,
tudo o que encanta e que é lindo,
mágico vendaval da ilusão,
num instante
faz partir em pedaços, um coração.
Restou o vento
e as palmeiras, as carnaúbas
o frescor do inverno
as viagens no tempo, buscando atento
na falta, da fala, da voz, do desejo contido
de nós dois à sós
tudo se foi, a saudade ficou
e o tempo
que tudo, tudo consome
que não consome esse amor