As estações da alma.
A alma voa, deixando por onde passa... os seus rastros em forma de poesia.
Textos






 
Uivando com os ventos
 
Prosa  poética
 


 
Alma que na madrugada entra pela janela, vem das nuvens, atravessou a escuridão, traz nos ombros e nos olhos a cor da noite, cedo havia deixado o chão, foi juntar-se aos ventos, às folhas secas, às plumas em voo raso. Insatisfeita, sozinha foi mais alto, encheu os olhos com a poeira das estrelas que ninguém percebeu. Voltou uivando com os ventos por trás do silêncio, que ninguém quis ouvir. Enquanto o mundo adormecia, soltou seus próprios gritos. Sorrateira retorna para o seu pequeno mundo, antes que amanheça, quem sentiu a sua ausência, se era uma alma tão sua somente, foi preciso tanto tempo para esse apropriar-se, sem sentir a fadada solidão. Era por si só, a sua melhor companhia... Plena, ao sono se entregaria, fechava as cortinas. Fechava os olhos, deixaria o sol tomar conta do dia, antes olhou para fora da janela, viu as nuvens com a sombra da noite. Não sentiu cansaço, mas precisava sonhar, desta vez dormindo, mas a insônia fazia um bem incomum. Ouvindo os pássaros, sentiu fria a brisa apressada que vinha arrastando a claridade da manhã que aos poucos ia dando cor às lembranças de uma viagem de encantos pela noite. Tanta beleza rasgar a madrugada. Voltava para o quarto com a sensação duma poesia que só a sua alma conhecia, dormiu com a emoção daquele gosto único pela vida.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 23/09/2020
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