Por um longo tempo muitas vezes refiz os meus caminhos 
quando todos me levavam para o amor, relutante mudei de
lugar tentando apresentar para mim mesma uma nova alma.
Quis viver por viver, buscando felicidade só no dia após dia,
longe dos sonhos, longe do amor porquê sequer vivi um dia
na íntegra, alimentei-o somente de fantasia.

Falei sozinha e ouvi a minha voz afirmando a perfeição dos
sentimentos quando entram não querem mais ir embora.
Pensei sobre os mistérios que reinam na vontade como também
pensei na fragilidade das asas das borboletas, há muito tempo
já tive uma nas minhas mãos. Curiosa para ver de perto
o seu colorido e textura, mas de tão frágil quanto bela, eu a
soltei para vê-la voar, para continuar amando o seu voo.

Descobri que a minha vontade de céu, vontade de lua, essa
atração pelos pássaros e borboletas, vem da minha vontade 
de amar...

É nessa incompletude que aflora minha sensível alma que
vou continuar voando pelo resto da vida. O amor é a beleza
do voo dos pássaros e das mais lindas borboletas coloridas, 
como àquela que um dia deixei voar, o voo do amor é mais
bonito quando voa livre. As nossas vontades o que são,
senão o sustento da alma.