Gaiola
Dizer que quero de volta a minha vida parece ser um desejo egoísta, mas não é, porquê quando digo quero, não é só pela minha vontade, mas por milhares de pessoas que leva à serio os cuidados, nessa prolongadíssima quarentena. Não tenho contado para fugir da tristeza e dor, mas perdi alguns colegas de trabalho, não grupo de risco, jovens, então vejo aglomerações, vidas conduzidas com normalidade, e não são poucas, quando assisto pessoas que eu tinha um conceito de que eram inteligentes, sem no mínimo o uso de máscara, penso; Caramba! Estamos ferrados sim.
Fico aflita quando converso com a minha mãe e escuto ela chorando dizendo que está com saudade da visita dos filhos dela, saudade dos abraços, dos cafés da tarde nos finais de semana, dos risos e da nossa felicidade, embora seja reconfortante saber que ela está protegida, temos sido bastante presente dando suporte no que pode ser dado.
Queria muito de volta a minha, a nossa vida, embora não fosse desprovida de outros medos, no caso o da violência urbana não esquecida. Apesar de tudo, eu vivia num (paraíso) sem saber... As nossas praias, os costumeiros encontros com os amigos, não um amigo só no sentido da palavra, amigo de adolescência, desses que consideramos irmãos, saudade dos cafés também nas livrarias, triste está o meu coração, afinal são quase nove meses longe da vida. O mundo interno é satisfatório, em têrmos, não fui feita para viver engaiolada, enquanto um tal líder não está nem aí.