Deixar-se levar
Gosto duma rede na varanda, depois do almoço, gosto de escutar os passarinhos em festa, durmo que é uma beleza, e sonho só coisas boas, não tenho pesadelos, isso é bom, basta o mundo lá fora em sua falta de harmonia, quero viver o que me resta com alegria, e quando chegar a minha hora, que eu vá em paz. Não tem riqueza maior do que a paz interior. Dar tempo ao tempo não depende de nós, é ilusão, ele segue à revelia, enquanto guardamos mágoas, culpando os outros, ou o seu destino, erramos. Deixar fluir bons pensamentos, adoçar a vida com os melhores sentimentos, deixar-se invadir pela esperança, apagando tudo o que foi ruim, fechar os olhos e os ouvidos quando encontrar pelo caminho as pessoas que lhe colocam para baixo.
Deixar-se levar somente pelas lindas lembranças e viver o presente com amor, quando amamos temos um brilho diferente no olhar, podemos amar não só as pessoas, podemos amar a leitura, amar as plantas, os pássaros, amar a nossa trajetória e as nossas conquistas, e deixarmos de ver problemas em tudo, é preciso aproveitar a vida.
Deixar quietas as feridas, uma vez cicatrizadas, para que mexermos? O importante saber que a felicidade é agora, e se a tristeza vier qual o problema? Somos a sensibilidade à flor da pele. Perfeito é despertar, abrir os olhos enquanto é permitido enxergar. Escutar o que não foi dito e assimilar o que faz a alma continuar à sonhar. Os desafios que se apresentam são degraus para a nossa vitória, essa é a luta natural para sobrevivermos, e que nas suas lições não nos deixemos dominar pela amargura, porém nos deixemos sermos abraçados pela paz, senão àquela utopia da paz universal, mas a nossa paz em particular, fica mais fácil compreender as turbulências internas do outro.