Afoguentado
Tudo o que a minha alma sente e escreve com amor, é uma poesia sozinha, existe no amor uma timidez que não fica assim tão distante da minha. Amar você tanto assim, vai remexendo a calma do meu coração que cheio de intenção, às vezes fica em agonia. Logo minha alma pacífica, apaixonada, dada a um romance, esquece a calmaria.
Quando penso em você, só vejo a mais bela poesia, só sinto amor com palavras fáceis, mas de labirintos que percorro querendo encontrar o quê, do seu misterio por saber me levar de olhos fechados, de repente, eu sinto você um mundo dentro de mim, esse mundo que tanto quero.
Inevitavelmente, vem ... E invade-me feito um alvorecer com o canto dos pássaros, ou feito a minha chegada às montanhas seja a hora que for, em você sinto o cheiro de relva, cheiro de terra molhada, de brisa, sinto o cheiro das flores, e de amor.
E a sua vida adentra a minha, assim todos os dias, amiúde, sempre enchendo os meus olhos com as mais lindas cores, é que tudo em mim, você ilumina. Ao invés de estar em sua cidade eu sou a cidade, nessa infusão de sensações e de encantamento, estou em você por onde levemente caminho sem medo e com vontade de tudo, nesse você de tantas emoções. Consciente de que nós dois somos mesmo, dois barcos contemplando horizontes diferentes, que por milagre da vida, quis o destino que um dia se cruzassem, nunca mais deixei de lhe amar.
Penso muito em você, nada se faz estranho, ou urgente. Você é a minha maior emoção, e será sempre àquele poema, àquele sonho intenso e calmo, amoroso, e de devaneio afoguentado que nunca tive coragem de contar ou de escrever, mas que sinto, também sinto que devo calar, aquele amor sentido em demasia, deve no fundo da alma ser livre para amar, mas de fantasias secretas, sufocadas.