Banho de ilusão
Um balanço nas flores, é o vento, no pequeno mundo que eu criei, a frieza da manhã, aquece a minha alma, gosto dos espinhos, quando neles os meus dedos se furam, lembro que não estou sozinha, tenho um amor... O tempo ido, sensação de futuro gosto de beijo, o seu beijo mesmo em sonhos, é minha doce sensação de vida, você realidade e sonho que me desperta, feito canto de Bem-te-vi que me segue em todo lugar.
Você banho de ilusão, jeito de lua, cor de lua, que não é prata, luz, é a alegria de olhar para a grama orvalhada, você é o meu sonho de amor na madrugada. Viajo num mundo de amor e de cores, sou assim, crio as minhas fantasias, converso com o arco íris e nele quero brincar, ora vou para o laranja, volto ao amarelo, roxo ou lilás, fico com o azul marinho, com o claro céu azul bonito, o sol ainda não apareceu, brinca de esconde-esconde, converso com as suas réstias, com as minhas plantas, e com os pássaros... Nem me conte, eu conto, em minha adorável solidão, a eles, conto coisas que só eles sabem. E eu não sei de mim, nem onde vou parar, se eu não conseguir parar de sonhar. Sou assim, sou a essência da poesia, e nada mais que isso.
Sou de muitas luas, sou de poucas falas, apenas escrevo, não gosto de tudo, sou da natureza, rezo olhando o mar e a sua beleza... Sou alucinada por você e pela lua, quando todos dormem, eu caminho só, pelas ruas... Sim, da minha cidade, nela, eu sou feliz, seja dia ou noite, não existe crepúsculo mais lindo que os que tem aqui... Vivo para a poesia, me contento com o que existe na vida e ao que tenho direito de usufruir, e repito que sou feliz, mesmo quando as noites são escuras, não tem uma vez que eu olhe para o céu e ela não esteja lá, linda e preateada, sou resto de lua do que de mim restou, não me dando por vencida, ainda tenho caminhos buscando as estradas, minha alma é repleta de amor por você.
Liduina do Nascimento