De volta à realidade
Em um dos cômodos, o antigo quadro,
um silêncio se fez, remexendo coisas
jamais esquecidas ...
Nele, cada pincelada antiga, gritava,
em cada detalhe, uma linha escrita,
dolorida, sem dizer uma só palavra.
Tudo parecia mais claro, e nem devia,
fugir dos pensamentos fazia escutar
muito mais, o que estava guardado.
Abrir as portas, as janelas, o vento,
as velhas lembranças iriam levar.
Abraçar a vida lá fora, fosse o certo,
desfazer-se, desprender-se, passaram,
as histórias, e todas as palavras.
Novos finais de tarde, e a plenitude
duma nova alma, pronta para amar.