Acho que a vida sempre é mais que perfeita nos finais de semana, ou nas férias que por um ano inteiro, são tão sonhadas, a vida é não abraçar a impressão de que a solidão lhe faz sentir abandonada, ou não?, a vida é o instante ? Precisamos nos esconder tal maneira para podermos nos reencontrar quando fugimos da loucura de um dia, e mais outro dia de trabalho intenso, por uma vida desgastante, onde você se torna um personagem sorridente, falante, atencioso demais, sem querer, quando tudo o que você quer muitas vezes, no decorrer das horas, é silenciar, é afastar-se... talvez não tanto isolar-se, mas sentir-se, olhar-se, ou até esquecer-se, por que não?... e sem ponderar as palavras, sem conter as suas verdadeiras emoções, sensações, poder num canto qualquer, recostar-se e sentir a vida de um jeito suave, manso, divino ou profano, mas ser tudo o que tiver direito, sem censura, sem culpa, ou remorso, se livrar do peso de tanta responsabilidade, e que não fosse por causar danos, egoísmo e abandono, mas simplesmente poder pegar o caminho que quiser... e ter o tempo, para poder viver coisas, que durante uma semana árdua de trabalho, não lhe deixa fazer, é prisão, escravidão, são tantas coisas que não quero, e que finjo não saber dizer.
Desses pequenos e simples afazeres que nos dão prazer por estarmos vivos, simples como sentar na calçada de uma rua qualquer e olhar para uma árvore, e ouvir sem pressa, um Bem-te-vi cantar cantar cantar, protestar não sei o quê, depois circunspecto, calar-se por minutos, por ser inútil relutar... pensando assim, dá vontade e ainda muito mais alegria de viver! Houve um tempo muito distante, em que eu sempre precisava ir lá fora, de verdade, para poder respirar, e depois eu voltava à fazer tudo de novo, com a certeza de que a cada fôlego, a minha alma estaria renovada. Precisamos ficar um pouco em nosso esconderijo muito secreto, ficar mais tempo desperto e viver sem tanto sufoco e sem muita pressa, sem tantas expectativas, e viver tão somente.