Então, nós vamos dizendo que é crônica, que é prosa, é poesia, depois a gente começa como se fosse uma carta, um poema e no que nos perdendo, já não sabemos o que a nossa alma quer dizer... a alma fecha os olhos, solta as asas e vai céu e chão à fora! sem categoria, classificação ou explicação, pois quem fala é o nosso apaixonado coração. . . . . .
Resfôlego é do que sempre precisamos, a vida nos prega tantas e tantas surpresas! ...para começar, preciso dizer que para estar acordada até esta hora, eu recorri ao meu fiel companheiro* e que isto não cause nenhum ciúme a alguém* que com certeza diria que foi culpa do amor, foi sim também, mas * o culpado foi o café, sem esse precioso líquido eu seria uma mulher literalmente apagada, pelo menos a esta hora, que convenhamos dizer que a insônia (outrora) sempre foi a minha primeira companhia, porém o tempo passou e me levou aos poucos junto com ele, aqui e ali, desperto e ele me devolve para o mundo, daí eu troco de horário e ouso dizer algumas das tantas linhas corriqueiras... Com o passar do tempo, realmente àquele poeta maravilhoso, tinha toda razão, quanto às virgulas, "QUANTO MAIS VELHOS MAIS VÍRGULAS"
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eu, particularmente não saberia dizer uma frase sem vírgulas, depois das reticências, que é o meu fraco, é claro. Vou deixar aqui, apenas um pouquinho, do tanto que é, a simples tentativa de um resumo, de todo ou quase parte do ...todo, de uma história de vida, (a minha) pois na vida temos tantas etapas, tantos começos, tantos fins, tantos fracassos, tantas vitórias, e recomeços... sempre tendemos à ressaltarmos as coisas mais fatalistas, dramáticas, esquecendo que a felicidade é mágica!
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e sendo, é ela que nos tange, (tange-me particularmente) quanto aos dias ruins, e quando e se conseguirmos... reerguendo-nos encontramos resfôlego... nem sempre nos levando tão longe o quanto nós gostaríamos!
Quando eu completei oito anos de idade, só à partir de então, eu comecei a frequentar a escola, porque a minha mãe, só colocava os seus filhos na escola, depois que ela mesmo os alfabetizava e ensinava tudo o que naquela época era fundamental saber, eu vou falar de mim, só um (pouquinho) do infinito, que eu sempre em minha vida, busquei e sei que esse infinito não estava em algo tão imenso, maior que o mar. Estava acima do universo e do que os meus olhos e os meus tolos pensamentos pudessem alcançar. Até que um dia, algumas décadas depois, eu encontrei o meu infinito... você! exagerada?
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Não. ... o motivo pelo qual eu comecei a escrever um dia, ainda lembro, era a vontade de dizer coisas que eu achava que ninguém além de mim, poderia se interessar ou procurar entender, e falar, afinal somos seres ímpares, e eu era apenas uma menina com apenas dez anos de idade, que olhava para fora daquela casa de taipa com telhado furado e via a luz da lua adentrar pelos buraquinhos, para clarear um sentimento desconhecido que eu, não sabendo explicar, quando o dia clareava e eu chegava na escola, na hora do recreio muitas vezes eu não ia correr naquele gramado verdinho da escola, com as outras meninas, eu já possuía um caderno pautado, somente para os desenhos das minhas flores que até hoje desenho ou bordo, e em alguns pontos, ali eu escrevia o que eu não sabia que já era uma dor, a dor de não ter o que eu não sabia que nunca teria, que era a atenção que eu achava que toda criança merecia ter, e olhe que eu era mimada, pelos meus pais, pelos meus dois irmãos, e pela minha avó, mas me faltava algo, e eu não sabia o que era, e escrevendo era a busca... eu achava que encontraria, sim, eu era infinitamente insatisfeita e essa insatisfação me perseguia...
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...daquele dia em diante não consegui mais parar de colocar para fora alguns dos milhões de meus tolos pensamentos, e questionamentos alheios às verdadeiras curiosidades do existir, e entrei num trem cheio de passageiros e de bagagens, e nesse trem havia tantas janelas, e tantos dias e tantas madrugadas, e nunca eu chegava a nenhuma estação, sem eu saber que aquilo era a vida... e lembro que apesar de ser nordestina, alcancei alguns invernos pesados que inundavam a nossa casa e tínhamos que nos mudar, e na nova casa haviam paredes de alvenaria, e eu sentia medo de voltar para aquela casa de cipó e barro, e eu me lembrava das cacimbas e dos baldes e depois do rio gigante onde eu e meus pais atravessávamos para o outro lado dele, e fazíamos caminhadas por caminhos tão estreitos e de areia branca fina, onde eu retirava os chinelos para sentir o chão, e o meu pai deixava e ria, a minha mãe dizia, _ Nada disso, calce os chinelos.
E o meu pai dizia _ Deixe a bichinha, e depois... os córregos surgiam, e eu descalça os atravessava, olhando através das águas transparente, para o chão, e os pássaros cantavam, cantavam o que combinava com os raios de sol furando as copas das árvores... e no meio do caminho haviam cajueiros, mangueiras, bananeiras, e laranjeiras... tantas frutas maduras.
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Depois aqui entrei, no recanto dos encantos... outro motivo pelo qual entrei aqui, além da poesia, o que também não esqueci, foi uma dor intensa, porém olhando para trás, já não sinto nenhuma vontade de continuar pensando no motivo, a gente vai chegando eu diria, inocente, e como qualquer criança, agindo sem pretensão, a não ser percorrer um caminho desconhecido, e no caminho cheio de paisagens você vai se perdendo, perdendo a noção das horas, parando, sentindo a liberdade de escrever, e aos poucos aquela dor razão evasão, vai se esvaindo e ficando distante, perdendo o sentido e a minha primeira poesia de dor, eu apaguei... apaguei... totalmente.
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Daí você vai assistindo as dores de outras almas, algumas parecendo tolas, mas nunca deixando de ter para cada um, a sua devida importância, e a nossa própria dor, aos nossos novos olhos de mundo novo, vai se tornando tão pequena diante da dor da humanidade, e a poesia vai entrando e se aprofundando em nós, com um endereço estranho, que ficaria talvez do outro lado de um mundo desconhecido que é a alma do outro, esse outro que a gente passa a amar profundo e com tamanha intensidade de um jeito mágico e incompreensível, a verdade é que numa noite mágica, no mundo da poesia a minha alma que só sabia pisar descalça pelos tortuosos caminhos da vida, ela aprendeu a voar e encontrou umas asas esplêndidas e diferente de tudo o que nesse mundo há, e até hoje e para sempre, encantada e apaixonada está, e sem se importar com o tanto de de dias e de letras, com olhos fechados e coração entregue, para sempre irá amar, porque foi quando percebi que encontrei todo amor desse mundo, em você.
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Foi então que a lua cheia passou à brilhar mais dourado, foi quando o por do sol, se fez alaranjado, foi quando os pássaros passaram a cantar apaixonados, foi quando a música se tornou poesia, foi quando a tristeza se transformou em alegria, foi quando encontrei o amor em você, sei que depois de tudo isso, nem sei se estou certa em ousar falar se essa carta é prosa ou verso, o que sei de certo, é que eu amo você.
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