A vida não se resume em um poema
desiludido e imperfeito,
antes n'um poema esperança, desses
que se derrama no trecho
d'um amor que antes resiste ao tempo
e impossibilidades, dessas vontades
que descansa na esquina da vida,
sem pressa...
são tantos e tantos degraus das ilusões,
que o amor finda de olhos fechados
n'um lugar qualquer, chegando sem nada
pedir ou dizer, escuta o silêncio da noite,
ofusca-se com o intenso brilho das estrelas,
e adormece o mirando o firmamento,
desenfreados intentos, o amor só para
para sonhar.
O amor não tem erro, direito, só pode ser
sentido, mesmo que não seja ouvido, recua,
espera, mesmo sem esperança, é esse
o seu caminho, não só ganha estradas,
como ganha os céus, passa à voar sem parar,
e em seus voos mais alto ganha mais cor,
torna a respiração através das palavras,
antes presas, o amor solto assim, não consegue
mais calar, abusando da sua liberdade,
não se aquieta, nunca mais deixa de ser amor.