DILEMA A DOIS
Até que n'uma manhã sem graça,
uma forte e inesperada ventania
leva a flor para muito longe
daquele lindo jardim, pela folhagem
seca ela sufocada, com medo
aos poucos vai fenecer, o tempo passou
e todos os dias, vem o beija-flor
porém cansado, o pobrezinho perdeu
a ilusão quando perdeu a sua flor
silenciosamente ainda chora...
Assim termina a sua história de amor.
O seu voo é raso, naturalmente agitado
nesse vai que sempre retorna, já a flor
que por aí se perdeu, em algum lugar
sonha com a sua visita, com outro
beija-flor não se encanta, ambos sentem
saudade, buscam em cada amanhecer
assim que o sol ilumina, uma alma de flor
enche-se de amor, nas horas desse dilema
a dois que se repete, sem esperança,
restou somente a vontade perdida no tempo.