"Acalma a aflição acalenta a alma e silencia"
Liduina do Nascimento - Crônicas e Poemas ❤️
Textos

 

 

 

 

 

Quando a alma deseja!

 

 

 

As minhas florezinhas dos vasos, só abrem depois das nove da manhã e se fecham lá pelas quase dezessete horas, e nem sempre elas permanecem vivas até o final de semana, nesses seus abrir e fechar, eu nem sempre as vejo, por precisar sair de casa muito cedo, e os seus tantos botõezinhos fechados, hoje acenaram para mim, foi com o coração apertado, que saí de casa, cheia de vontade de ficar, desejando imensamente esperar as flores se abrirem em suas idas para lá e para cá com os seus galhinhos verdes aos ventos,  num piscar de olhos, pudesse eu assim, as flores do dia, pelos cantos encontrar! Impressionante é, como as flores dão todo um sentido a minha vida, quando elas diante dos meus olhos, com as suas viva cores, causam em mim, tamanho doce encanto.

Não gosto de receber rosas ou flores, mas gosto delas sim, nos seus cantinhos, lindas, iluminando o meu existir, em suas fragilidades, tanta força elas trazem para mim, protegidas, longe da chuva, para que não caiam ao chão, antes do tempo, e regadas, viçosas, refrescadas... quem sabe hoje eu consiga voltar para casa mais cedo, e ainda dê tempo de achá-las abertas? Ah eu queria. 

Não tive o tempo suficiente para tantas outras coisas que gostaria de ter vivido, assim, fugi através das ilusões, como se eu desse alguns gritos no alto de uma montanha sem que ninguém pudesse me ouvir, e para bem longe lançar os meus monstros, sem a ninguém atingir, abrir as asas no voo mais alto, é que a minha alma vai ultrapassando seus  próprios limites.

Nem chamo essa sensação, jeito de poesia, fico na dança dos pensamentos, abrindo os caminhos para os céus e mais além, encontrando por ali um lugar novo, onde não houvesse sofrimento... por lá largar todos os meus medos, sem desejar o infinito, até retornar de vez, num reencontro com uma parte de mim, até então desconhecida. Esses simples voos, é como olhar as flores, de cores, íntimamente agradecer pela vida, até sufocar as palavras tristes de se ler ou de soltá-las, pois nem sempre se traduz o oculto na alma alheia ou a nossa alma, a minha... não gosta da dor, não abraça os sofrimentos absurdos do mundo, ou injúrias, antes sente, sente muito e chora, eu mesma às vezes vou para onde preciso ir, ela não, a alma minha alma fica, ou vai para onde ela quer, e hoje ela voltou para casa mais cedo, estava louca para ver as suas florezinhas abertas, simples e belas, hoje a sua noite de sonhos será mais feliz, na simplicidade e serenidade do seu quarto, repousando entregue ao barulho da tão amada chuva, abençoada chuva, ela vem e a minha alma não vai, antes se aquieta e amanhecerá procurando as borboletas, quando a alma deseja, em seu inviolável mundo dos pensamentos ela encontra.

                                             

 

Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 26/01/2023
Alterado em 16/05/2023
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