"Acalma a aflição acalenta a alma e silencia"
Liduina do Nascimento - Poesia ❤️
Textos

 


 

       ... A manhã foi clareando, a noite se despediu levando alguns sonhos que a vida não devolve mais, é preciso lançar um olhar diferente, quando começa a chuva, chuvas de julho, coisa rara aqui e preciosa demais, a chuva me traz alegria, isso é um jeito de sentir que a felicidade está bem pertinho, posso tocá-la... basta olhar os passarinhos em festa, gritam, até! Em algum canto das árvores, porque eles acreditam que logo o sol irá resurgir, enquanto eu me encantei como sempre com eles, parei diante daquela florzinha linda e tocante, entre tantas outras. Anoiteceu... a manhã está tão distante, até a noite está indo, indo, pra onde eu não sei.

 

O recomeço está na porta que se fecha, pela lentidão das horas, está na desilusão, diante de uma grande decepção, o recomeço está no desengano de um amor que não foi correspondido, está na taça que se quebra pelo próprio desespero, está nas últimas lágrimas derramadas, está no verde das folhas da leve e fria, salada. Fria tanto quanto a alma em seu vazio, chorar para que, se nada adianta?

 

Ando meio desapontada com o mundo lá fora, prefiro ficar no meu mundinho de sonhos reprimidos, agora esquecidos... estou tentando reformular os restos de frágeis anseios e sem muita pressa de chegar, descobri tarde demais, que não me encaixo muito em diversas coisas e situações, penso diferente, quero coisas diferentes, faço dos meus pensamentos a minha zona de conforto e nem confronto sequer quando eu mesma quero transformar os absurdos, me contento no meu cantinho, se a minha singularidade não combina com o que o mundo pede, para que eu não seja apenas mais um ser descontente, fico em meu descontentamento somente comigo mesma.

 

Nisso encontro a paz que sempre busquei, uma paz silenciosa, intrigante... a paz que eu não esperei, esse é o meu tempo, resta tentar fazer dele, um tempo bom, onde nele eu possa deitar e sonhar, embora os sonhos se transformem, a cada dia. Hoje eu acredito que o domingo é um dia tão somente nosso, para nele fazermos tudo o que nos traz plenitude, como se hoje fosse o fim de tudo, ou um recomeço. Recomeçarei, se esperançosa ou desapontada, também não sei.

Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 16/07/2023
Alterado em 16/07/2023
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