Outrora quando eu acreditava, tudo ao meu redor fluía, hoje sobrevivente sou,  resta muito pouco daquela alegria...
sopram os ventos, folhas secando, a poeira em segredo, desilusão espalhando, enquanto escondida a alma quieta de tanta saudade se consome.

Viver é um sopro, vão os passos indecisos pelas ruas ganhando espaço para algum resto de sonho impossível.
Acalento sonhos que não vivi... doutro sonho realizável agora é tarde, ficou sem vida e distante demais, desisti.

Sem dizer que um sonho é grande, um outro é bem pequeno, alcançá-lo talvez não seja apenas ilusão perdida por aí,
e os ventos no topo das árvores continuam soprando, seus gemidos contam coisas que eu não quero ouvir.

Liduina do Nascimento