Houve um tempo em que
eu fui a ave que em sua imaginação desfilava o seu mais belo voo ao pôr do sol,
fui àquela que se encantava diante de um céu enfeitado por um arco íris...
houve mesmo um tempo em que diante de um barquinho bem ao longe, alto mar
eu era a sereia que sonhava, sonhava e ia ao seu encontro... e sabe, lhe encontrava.
Hoje sou só a folha que abandonou cedo a primavera e espera um tempo de outono
e sem rumo pena e voa, seca, levada pelos ventos.
Hoje, quase nada já me importa,
sou uma ave triste fora de cena... num mundo sem janelas ou portas...
mesmo assim conservo o resto de alegria, tem coisas que julgo, ainda vale a pena.